Ainda durante o governo FHC, em 1996, o Ministério da Justiça reconheceu a responsabilidade do Estado brasileiro no assassinato de Carlos Marighella. Com Lula na Presidência, em 2008, o governo passou a pagar pensão vitalícia à viúva do revolucionário, Clara Charf, já então uma senhora de mais de 80 anos – ela ainda é viva, tem 96.
Mais quatro anos se passaram até que, com as apurações da Comissão da Verdade, o Ministério da Justiça oficializasse a anistia post mortem de Marighella. Na ocasião, seu único filho, também chamado Carlos, disse: “Passei minha vida esperando para que momentos como este fossem acontecendo. Sempre tive certeza de que era minha obrigação lutar para que a dignidade o meu pai fosse restabelecida”.
O relatório final da Comissão da Verdade, de 2014, concluiu que houve no Brasil, ao longo da Ditadura Militar, a prática de detenções ilegais e arbitrárias, tortura, violência sexual, execuções, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres. Uma série de crimes contra a humanidade, cujos autores nunca foram punidos.
*Revista Aventuras na História.